quarta-feira, 26 de maio de 2010

Fim da Greve


Após vários dias de paralisação, volto as atividades na rede estadual com um único pensamento: Somos fortes, somos guerreiros e conquistamos mais do que simples benefícios salariais, conquistamos uma dignidade perdida.
QUEM LUTA, EDUCA!
QUEM EDUCA, LUTA!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Governo Aécio-Anastasia nos deu uma boa oportunidade de realizar uma aula interdisciplinar de Português, Matemática, História, Geografia, Filosofia

Tema da aula: Há mais coisas entre o piso e o teto do que supõe a nossa vã filosofia.

A notícia - O governo de Minas informa, através das secretárias Vanessa Guimarães e Renata Vilhena, que já paga até mais do que o piso salarial dos professores. "Em Minas, disseram, pagamos o piso no valor de R$ 935,00 quando a lei estabelece um piso de R$ 614,00 pela jornada de 24 horas".

O sindicato da categoria, o Sind-UTE contesta a informação, dizendo que o que se paga em Minas não é o piso, mas o teto de R$ 935,00 e que o piso para um professor com curso superior será de R$ 550,00 após o reajuste de 10%.

Entre piso e teto obviamente há diferenças para além dos conceitos. O piso de uma casa pode virar teto, ou o inverso, se esta casa virar 180º. Graças a força gravitacional, desde que não haja uma tragédia natural, teto será teto, aquilo que fica por cima da nossa cabeça, e piso será piso, aquilo que fica no chão, onde, digamos... pisamos, daí o nome: piso.

Mas, o aluno Joãozinho, sem entender bulufas dessa complexa equação entre piso e teto que resulta num volumoso salário de R$ 935,00, resolveu investigar os permenores desse complicado teorema. Para isso, Joãozinho chamou sua colega Maria para ajudá-lo e os dois começaram a pesquisar vários livros. Concluíram que deveriam pedir a ajuda aos mestres, pois isoladamente não chegariam a bom termo.

Do professor de Biologia pediram explicação sobre as consequências fisiológicas e psíquicas para um ser humano que recebe um salário piso-teto de R$ 935,00. A professora disse: ora, meninos, o cara simplesmente vira um ser famélico-maluco, sobrevivendo apenas com a ajuda de parentes ou fazendo vários bicos por fora. Pois, completou a professora, este valor traduzido em alimentos e outras fontes energéticas não consegue suprir as necessidades básicas de uma família média de 04 pessoas. Logo, ou o cara pira ou se vira com dois ou três empregos.

Do professor de História, os garotos quiseram saber sobre as lutas por salários mais justos. E eles ouviram uma história longa, que vem da Revolução Industrial, do trabalho quase escravo dos operários que moviam os moínhos diabólicos das nascentes minas e indústrias têxteis da Inglaterra. Os alunos chegaram à conclusão de que, com mais um pouco, ou aliás, com menos um pouco, os professores de Minas estarão vivendo os primórdios do proletariado super explorado da nascente indústria na Inglaterra do séc. XVIII e no Brasil do séc.XX.

Do professor de Geografia, os alunos ouviram que as diferenças salariais de uma cidade para outra, ou de um estado para outro, nem sempre é decorrente das condições climáticas e econômicas destes estados ou cidades. Minas Gerais, disse o professor, é o segundo ou terceiro estado mais rico da União, mas paga o oitavo pior salário do Brasil, atrás de estados muito mais pobres que o nosso. Não temos praia, mas temos montanhas e muito minério, disse o professor. Só que essa riqueza extraída não vem parar no bolso dos professores. Para onde está indo então? - indagou o professor

Do professor de Filosofia, os garotos ouviram que nem sempre se deve levar a sério aquilo que é dito, pois, nem tudo é aquilo que parece ser. Um valor determinado de salário, por exemplo, pode ter uma aparência de piso, mas no fundo pode ser um teto. Por isso, recomendou o professor: desconfiem, garotos, desconfiem de tudo, principalmente da nossa mídia, e até da Justiça!

Do professor de Matemática, os alunos ouviram uma explicação aparentemente simples para a questão. De um dado valor, se você descontar uma importância X e acrescentar um valor Y resultará numa soma total a que daremos o nome de teto. Como Matemática é sempre mais complicado, os alunos pediram para o professor explicar com calma e citando exemplos. O professor então detalhou: se eu recebo R$ 550 e mais outros valores (VTI, PCR, pó-de-giz) que resultem numa soma total de R$ 935, logo, este é o teto. Aí os alunos indagaram: uai, professor, e onde entra o desconto? Ah é, disse o professor. Com os descontos o valor final cairia para R$ 830,00. Logo, do teto se conclui que se trata de um valor composto, do qual se extrai um valor líquido resultante, que é aquele que realmente importa. "Se a pergunta cair na prova, meus filhos, marquem o resultante como a resposta correta", disse o professor.

Do professor de Português, outra matéria pra lá de complicada, os alunos ouviram o seguinte conselho: primeiramente, procurem o dicionário e tentem entender o significado das palavras "piso" e "teto". Estudem a morfologia das palavras. Quando encontrarem a resposta vocês entenderão que piso é piso e teto é teto. Mas, é preciso contextualizar estes termos para não ficarmos presos a conceitos isolados.

Os alunos estudaram bem todas as explicações que receberam dos mestres e chegaram às seguintes conclusões:

1) o salário dos professores, seja ele teto ou piso, não cabe em qualquer teorema, uma vez que a cesta de gastos e de alimentos necessários para a sobrevivência de uma família humana média é incompatível com o valor pago pelo governo,

2) a polêmica entre piso e teto está mais próximo do inferno e do céu, do que do chão e do telhado. Lembra mais a profecia atribuída a Antonio Conselheiro (de Canudos, lembram?) de que o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão,

3) Para o piso salarial virar teto, ele precisa deixar de ser piso. Mas, quando isso acontece, em Minas, apenas, ele imediatamente se transforma em piso. Logo, o teto, que era piso, continua teto, só alternando os elementos secundários.

4) exemplificando: se o básico é R$ 550 e sobre ele recaem outros valores e percentuais até atingir o valor máximo de R$ 935,00, logo, este valor composto não pode ser o piso, mas o teto. Por outro lado, se todo professor, independentemente de sua formação acadêmica e tempo de serviço recebe este teto, logo, ele se consubstancia em piso.

5) Portanto, em Minas nós temos um caso sui generis de remuneração do serviço público aplicado aos educadores: um dado valor de salário único é ao mesmo tempo piso e teto.

Conclusão: os engenheiros tecno-sociais Aécio-Anastasia- Vanessa-Renata descobriram a volta do estamento social, típico do período feudal, quando não havia mobilidade social. Quem nascesse numa dada condição viveria e morreria naquela condição. A engenharia tecno-social citada faz com que não haja mobilidade na carreira dos professores: quem ingressar agora na carreira com formação de ensino médio receberá tanto quanto aquele que tiver curso superior ou mestrado e já tiver 5 ou 10 anos de carreira.

Ao que os alunos concluíram: a questão essencial não é se é teto ou piso, mas que isso que fizeram foi acabar com a carreira do magistério. Tanto pelo valor ridículo do piso/teto, quanto também pela ausência de possibilidade de evolução.

Com essa delicada equação, concluíram os alunos, só fazendo greve mesmo!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Manifesto de Pais de Alunos Sobre a Greve dos Professores


Nós, pais de alunos de escolas estaduais de João Monlevade, reconhecemos que a qualidade da educação pública está péssima, falta professores capacitados, o conteúdo não é compatível com os exames exigidos nas provas de vestibular e no ENEM.

A educação pública não é gratuita, nem é um favor, e nem uma caridade. Ela é paga com nossos impostos.
Entretanto, a sociedade parece ignorar esses fatos, pois não reclama da péssima qualidade da educação que lhes é entregue.
A maioria dos professores dá o sangue para a escola, respeitam a sua profissão, mesmo não sendo respeitados pelo sistema e pela sociedade.

Somente quando fazem greve, as autoridades e a população lembram-se da sua existência e da importância dos professores. É neste momento que a sociedade se lembra que o trabalho da categoria é importante.

Se a educação caiu até chegar a esse ponto, a nós somos os principais responsáveis, porque nunca vimos um pai ou mãe de aluno protestando e exigindo das autoridades uma melhoria de um serviço que é pago com seus impostos. Ninguém nunca protestou contra promoção automática, mesmo sabendo que seu filho não está apto a ser promovido para a série seguinte. Nós, pais de alunos e toda a sociedade, sempre nos calamos.

Os professores reclamaram, mas os governantes não deram atenção, pois eles se esqueceram que não dependem só do voto dos professores para se elegerem, mas também do nosso voto. Do voto de alunos maiores de 16 anos de idade, dos pais e do povo em geral.

Mas se nós – povo – nos organizássemos, fazendo passeatas, cobrando dos administradores – vereadores, deputados, prefeitos, governadores, senadores e presidentes – representantes eleitos pelos nossos seus votos, a educação pública teria qualidade.

Mesmo no tempo da ditadura, a sociedade exercia a sua cidadania, ia para as ruas, cobrava as autoridades, lutava e defendia os seus direitos. A educação não era perfeita, mas era bem melhor do que a que atualmente é ministrada.

Serviço público de qualidade é direito, pois pagamos por eles através dos impostos, portanto é nosso dever, cobrar qualidade, como também exigir dos nossos representantes o cumprimento de suas funções, afinal os elegemos para ADMINISTRAR os bens públicos.

A sociedade se sente indignada, mas não protesta quando os parlamentares aumentam os seus salários ou desviam verba Pública. Cabisbaixa a população se cala, finge que não vê, se esquece que é o seu dinheiro que está roubado pelos seus representantes.

Se queremos ver os professores de nossos filhos dentro de sala, temos que lutar, cobrar uma educação de qualidade do governo.

A partir do momento que a educação for valorizada e conduzida da forma que deve ser, o salário do professor será digno, as escolas terão recursos e os estudantes das escolas públicas – nossos filhos, terão acesso às universidades públicas.

Devemos valorizar o dinheiro dos nossos impostos, exigindo uma educação de qualidade.

PARABÉNS PROFESSORES – ensine-nos o que é dignidade, e a fazer valer nossos direitos.

Assinado :

Povo Digno Que Vota.


Extraído do blog Whiskyagogo (www.whiskyagogo.wordpress.com)

terça-feira, 18 de maio de 2010

E a imprensa?

Ao que parece, a imprensa mineira só percebeu que há quase um mês centenas de milhares de alunos das escolas estaduais estão sem aulas, quando o desembargador Marotta mandou que a greve acabasse.

A decisão foi notícia hoje nos jornais Estado de Minas, O Tempo e Hoje em Dia, entre outros. O Portal Uai, dos Associados, abriu espaço para a notícia. Nos 26 dias anteriores, só se referiu à greve, assim mesmo superficialmente, por cinco vezes. Ontem, às 19h11, sob a manchete “Justiça suspende greve dos professores da rede estadual”, o portal informou sobre o que decidira Marotta. Até as 15h50 de hoje, o portal registrou 121 comentários à notícia.

Escreveu o leitor que se identificou como Volney Costa: “Professores, sou de Belo Horizonte, acompanho tudo pela imprensa , e não tinha visto nada noticiado. Já ouvi dizer que tem muitos jornalistas na folha de pagamento do estado. Não seria possível requerer judicialmente quais os jornalistas estão na folha, pois não noticiam nada?” Fabrício Leite, pouco antes, escrevera: "Nossa! quando é contra os professores vocês procuram colocar a maior letra; a favor desse estado irresponsável, o destaque é grande. Mas, mesmo assim, quero agradecê-los, porque ainda é o único espaço que temos para colocar a nossa insatisfação contra esse governo sanguessuga."

Este comentário, me fez sentir mais vergonha ainda do meu contracheque:

“Sr. Desembargador Wander Marotta: O auxílio reclusão de um assassino, estuprador, ladrão, pedófilo, contrabandista, traficante, etc... é de R$ 700,00. O salário base de um professor P1 em Minas Gerais é de R$ 336,00 ( menos que o salário mínimo); por isso, A GREVE CONTINUA...”

Houve quem duvidasse dessa choradeira. Um leitor, José Roberto da Silva, escreveu: “Caro Rodrigo , gostaria de ver um contracheque com estes valores que vocês estão dizendo; o governo diz uma coisa, vocês dizem outra, em quem acreditar?”.

Pois é: seria o trabalho da imprensa esclarecer isso... De qualquer forma, há ainda quem acredite na independência da imprensa mineira. Como parece ser o caso de Rodrigo Sousa, que respondeu a José Roberto: “assista amanhã o Jornal da Alterosa, estarei lá mostrando meu contra-cheque de 356,00 e os meus diplomas de mestrado e doutorado, o investimento que fiz para ser professor público.”

Desabafo de um pai cujos filhos estudam da Rede Publica Estadual de MG

Bom dia!


Sou um homem de 42 anos e penso viver em um país democrático onde os direitos dos cidadãos são respeitados, ou melhor deveriam ser, a imprensa que sempre viveu em busca de liberdade de expressão e vive falando sobre isso na TV não está ligando a mínima para os problemas do país. Hoje aqui em Minas Gerais lutamos para que nossos filhos tenham um pouco de dignidade e um futuro que não precisa ser igual a maioria dos pais, exemplo eu, sou vendedor autônomo e luto por dias melhores para minhas filhas, uma de 11 anos e outra de 16 anos, que estão impedidas de estudarem por negligência de um Governador que insiste em colocar Minas Gerais como exemplo da nação.Que Minas é essa, que não paga os professores o que lhes é devido e ainda colocam cabresto nas emissoras para não divulgarem uma greve que causa vergonha aos governantes. Será que o Governador Aécio tem recebido em dia? Onde está a TV e a liberdade de imprensa tão falada ? Porque ninguém está falando da greve dos professores aqui em Minas, onde estão as Televisões que não divulgam. Peço-lhes encarecidamente como cidadão brasileiro e Mineiro que sou, que vcs MIDIA tomem providência a respeito disso, pois o movimento de ontem na praça da Liberdade juntou mais de 20.000 professores de toda a Minas Gerais e nada saiu na TV. Por que isso ? Há 16 anos que os professores mineiros trabalham sem aumento salarial. E o que tenho eu com isso tudo ? Sou um pai preocupado com os estudos de minhas filhas que estou sendo obrigado a mudar de estado para que minhas filhas estudem! Esse é o país onde moro, essa é a imprensa que temos e esse e o Governador de Minas. Talvez se voltássemos no tempo seria Aécio / Anastásia, o famoso Faraó dos tempos bíblicos, que reinava entre leite e mel e deixava o povo comer as sobras que lhe eram dadas.

Acorda Imprensa Brasileira, acordem por favor! Agora que Minas Gerais precisa de vcs, não os vejo em lugar algum! Em nosso estado, que é modelo em Educação formam-se analfabetos por causa de cobrança em cima dos professores que não podem reprovar, ONDE ESTÃO VCS REDE GLOBO, BANDEIRANTES, RECORD, SBT, procuro e não os acho, será que são virtuais, somente virtuais?
Um Pai que quer o melhor para seus filhos e não pode pagar uma escola particular.


Wagner.

sábado, 15 de maio de 2010

VERGONHA NACIONAL

QUANDO CRITICAR UMA GREVE, PRIMEIRO TENTE ENTENDER OS MOTIVOS. A EDUCAÇÃO JÁ DEIXOU DE SER PRIORIDADE NO ESTADO E NO BRASIL. BASTA VOCÊ PAI, ALUNO OU QUALQUER CIDADÃO VER AS CONDIÇÕES DE TRABALHO NUMA ESCOLA. ALGUÉM POR ACASO SABE QUANTO UM ALUNO "CUSTA" PARA O GOVERNO?SERÁ QUE "VALE" MAIS DO QUE UM PRESIDIÁRIO? EDUCAÇÃO COMEÇA QUANDO O CIDADÃO TEM A CAPACIDADE DE SER CRÍTICO E DE SE INDIGNAR PERANTE AOS DESMANDOS DOS NOSSOS "NOBRES" GOVERNANTES.

E AINDA TEM UM VEREADOR BABACA AFIRMANDO QUE SE QUER SALÁRIO QUE VÁ DAR AULAS NA UEMG OU UFOP, COMO SE NAS UNIVERSIDADES O SALÁRIO FOSSE TÃO BOM ASSIM. INFELIZMENTE NOSSOS POLÍTICOS QUE NOS REPRESENTAM, SÓ ESTÃO INTERESSADOS NO SEU PRÓPRIO BOLSO. PERCEBA: 500 REAIS (MENOS QUE UM SALÁRIO MÍNIMO) PARA UM PROFESSOR COM CURSO SUPERIOR.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Inscrições para o Curso de Técnico em Química da EMIP 2010


Estão abertas as Inscrições para o Curso de Técnico em Química da Escola Municipal Governador Israel Pinheiro de João Monlevade MG

INSCRIÇÃO: 12 de maio a 10 de junho de 2010 na ENIP - João Monlevade
Tel.: 31 - 3851 6043 / 31-3851 6066
Para mais informações acessar o blog: